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18 de janeiro de 2024

Coinbase desafia SEC em intensa audiência judicial, argumenta que tokens listados não são títulos

Em Breve

O juiz federal de Manhattan, Failla, pediu esclarecimentos à Coinbase sobre se os tokens listados na plataforma poderiam ser considerados títulos.

Coinbase enfrenta escrutínio da SEC em audiência judicial e argumenta que tokens listados não são títulos

Durante o processo judicial na quarta-feira, a juíza federal de Manhattan, Katherine Polk Failla, perguntou Coinbase, empresa que opera uma plataforma de troca de criptomoedas, sobre a classificação dos tokens listados nela. Ela buscou esclarecimentos sobre se eles poderiam ser considerados valores mobiliários. 

Katherine Polk Failla ouviu os argumentos de ambas as partes, direcionando suas perguntas para o precedente legal que rege os valores mobiliários. Ela investigou as características de vários tokens de criptografia negociados em plataformas como a Coinbase, explorando se atendem aos critérios definidos pelo regulador para serem considerados contratos de investimento.

O Securities Act de 1933 forneceu uma defiPara o termo “título”, muitos especialistas referem-se habitualmente a um caso do Supremo Tribunal dos EUA para avaliar se um produto de investimento se qualifica como um título. Um critério crucial é se os indivíduos estão a celebrar acordos para investir numa empresa partilhada com a expectativa de lucro.

A Coinbase afirmou que os ativos de criptomoeda, distintos de ações e títulos, não se alinham com o deficelebração de um contrato de investimento. Esta postura é comumente compartilhada pela maioria da indústria de criptomoedas.

O advogado da Coinbase, William Savitt, esclareceu que a Coinbase não afirma que os tokens listados em sua plataforma possam ser categoricamente excluídos de serem considerados títulos.

Ao longo do processo, ele explorou o definição de títulos, enfatizando uma distinção percebida entre “investir na Beanie Baby Inc. e comprar Beanie Babies”, referindo-se a uma tendência da década de 1990 em que os americanos compravam bonecas com a expectativa de que seu valor se valorizaria.

Ele também mencionou que a Coinbase concorda com a posição da SEC de que um contrato formal assinado por um comprador não é obrigatório para a celebração de um contrato de investimento. No entanto, o mero ato dos compradores de tokens lerem white papers e outras informações relacionadas ao projeto não implica inerentemente que estejam adquirindo contratos de investimento.

Savitt rebateu o argumento da SEC, dizendo que a venda de tokens na Coinbase deveria ser categorizada como contratos de investimento baseados exclusivamente nas promessas feitas por projetos de tokens aos compradores. Ele contestou a ideia de que os compradores que adquirem tokens com a antecipação de um aumento de preço transformam inerentemente a transação em um contrato de investimento.

“Tem que haver uma declaração que pretenda transmitir uma promessa executável. Esse é o mínimo irredutível do que pode ser concebido como um contrato de investimento”, disse William Savitt, advogado da Coinbase. 

Ele apontou uma distinção fundamental entre tokens blockchain e títulos. No caso de ações, adquiridas diretamente de um emissor ou no mercado secundário, os compradores recebem todos os direitos associados a tais títulos. No entanto, isto não é universalmente aplicável aos tokens, destacando uma diferença fundamental entre os dois.

Patrick Costello, consultor-chefe assistente de litígios da SEC, argumentou que os tokens de criptomoeda centrais para o caso contribuem para uma “empresa” mais ampla, comparando-os a um contrato de investimento. Ele enfatizou que à medida que o valor da rede ou ecossistema cresce, também aumenta o valor do token associado.

No entanto, a juíza expressou aos advogados da SEC sua “preocupação” com o pedido da agência para “expandir o definição do que se qualifica como um título.” 

A SEC afirmou que os compradores de ativos digitais, mesmo em mercados secundários como a plataforma da Coinbase, estavam adquirindo os tokens como investimentos, como ações ou títulos. No entanto, os advogados da Coinbase contestaram este ponto de vista, destacando que os compradores destes tokens não celebraram contratos que lhes dessem direito a rendimentos de uma empresa partilhada.

SEC e Coinbase debatem sobre Bitcoin e decisões judiciais anteriores 

Durante o debate, os advogados da SEC e da Coinbase discordaram sobre a classificação do Bitcoin como um título. Na fase inicial da audiência, Patrick Costello da SEC afirmou que Bitcoin não é um título devido à ausência de um ecossistema, sugerindo que os compradores não investem em um empreendimento comum. Em resposta, Savitt da Coinbase rebateu em sua declaração final, destacando que o Bitcoin realmente possui um ecossistema, semelhante a outras criptomoedas.

Além disso, outros juízes tomaram uma posição direta ao decidir se as criptomoedas em questão são valores mobiliários ou não. Katherine Polk Failla também perguntou ao advogado da Coinbase sobre o conhecido caso Ripple. Neste caso, a juíza Analisa Torres, do Tribunal Distrital de Nova York, decidiu em julho que certas vendas programáticas de XRP pela Ripple não violavam as leis de valores mobiliários devido a um processo de licitação às cegas.

Ela também declarou que outras vendas diretas do token para investidores institucionais eram títulos, deixando uma vitória parcial para a SEC.

SEC visa o programa de “staking” da Coinbase

Em sua ação legal, a SEC também se concentrou em Coinbase's programa de “estaqueamento”. Esta iniciativa envolve reunir ativos para validar atividades em redes blockchain, ganhar comissões e oferecer “recompensas” aos clientes. Segundo a SEC, esse programa deveria ter passado por registro na agência.

Tribunal debate processos futuros

Em junho do ano passado, o Comissão de Valores Mobiliários (SEC) entrou com uma ação judicial contra a Coinbase, alegando que ela operava como uma bolsa, corretora e agência de compensação não registrada. A Coinbase contestou essas alegações, defendendo o arquivamento do caso. 

A SEC alegou que a plataforma facilitou a negociação de pelo menos 13 tokens, incluindo SOL, ADA, MATIC, FIL, SAND, AXS, CHZ, FLOW, ICP, NEAR, VGX, DASH e NEXO. A SEC afirma que esses tokens deveriam ter sido registrados como títulos. A Coinbase acusou o regulador de empregar uma “abordagem de regulamentação por aplicação”.

A juíza se absteve de tomar uma decisão imediata da magistratura, afirmando que ainda contempla alguns aspectos após a extensa audiência de quatro horas. No cenário provável em que o juiz rejeite o pedido da Coinbase de arquivamento do caso, o processo avançaria para a fase de descoberta. Após o processo de descoberta, tanto a SEC quanto a Coinbase tem a opção de apresentar uma moção para julgamento sumário.

Caso o juiz não se convença, o caso avançará para julgamento e será apresentado a um júri, com prazo provável que se estenda até 2025. 

Prevê-se que a decisão do juiz tenha significado para os ativos digitais, contribuindo para o esclarecimento da jurisdição da SEC no setor.

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Sobre o autor

Alisa, jornalista dedicada do MPost, é especializada em criptomoedas, provas de conhecimento zero, investimentos e no vasto reino de Web3. Com um olhar atento às tendências e tecnologias emergentes, ela oferece uma cobertura abrangente para informar e envolver os leitores no cenário em constante evolução das finanças digitais.

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